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27/01/2020

MEDIDAS PROFILÁTICAS PARA DOENÇAS INFECCIOSAS APÓS INUNDAÇÕES

O médico infectologista, Dr. Tiago Pires Heringer, orienta sobre medidas profiláticas que devem ser adotadas em casos de doenças infecciosas após inundações como as que assolaram a nossa região neste final de semana.

Após tragédias naturais, como a ocorrida na Região da Zona da Mata, incluindo o município de Manhuaçu, observa-se aumento da demanda por medidas a fim de minimizar os danos contra doenças infecciosas que incluem distribuição de antibióticos profiláticos e "campanhas" de imunização.

Dr. Tiago Pires Heringer explica que “estas medidas além de tecnicamente incorretas, são improdutivas e desviam recursos e força tarefa. Além disso, conferem à população uma falsa sensação de segurança, retardando à procura por Unidades de Saúde em caso de doença e diminuição das medidas de higiene básicas”.

O médico orienta sobre as principais doenças envolvidas e as medidas apropriadas:

- Leptospirose: profilaxia com Doxiciclina indiscriminada é tecnicamente incorreta e ineficaz. Deve-se observar os sintomas como febre, dor em panturrilha e icterícia (olho amarelo), em até 40 dias após exposição, para que haja tratamento precoce.

Por enquanto, ainda não há vacinas contra a leptospirose para humanos, apenas para animais.

- Hepatite A: existe vacinação com duas doses no intervalo de seis meses entre estas.

- Diarreias agudas por E.coli, Salmonela, Febre Tifóide, Sigella e raramente por Cólera. Todas requerem tratamento específico

- Tétano: há vacinação disponível para pacientes com ferimentos na enchente.

- Dengue: pode aumentar número de casos após enchentes e o paciente deve procurar às UBS caso apresente-se com cefaléia, febre, artralgias e dores musculares.

É importante também se prevenir: uso de álcool gel, luvas e botas no contato com lama e não consumir alimentos expostos à água da enchente.